O Dia Nacional da Saúde é uma data comemorativa que visa promover a saúde e conscientizar a população sobre a importância da educação sanitária, entre outros aspectos ligados a saúde.

Atualmente, devido a pandemia pela qual estamos passando, essa data se faz ainda mais importante, afinal são diversos os cuidados que precisamos tomar para que fiquemos livres do tão temido coronavírus, que por sinal, vem fazendo milhares de vítimas por todo o mundo.

Origem da data

A data para celebrar o Dia Nacional da Saúde foi instituída pela Lei nº 5.352, de 8 de novembro de 1967, e segundo o Art. 1º, a lei tem por finalidade "promover a educação sanitária e despertar, no povo, a consciência do valor da saúde".

O dia 05 foi o escolhido como forma de homenagear Oswaldo Cruz, um cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro nascido em 05 de agosto de 1972. Oswaldo Cruz foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil.

Oswaldo Cruz (✩ 05 de agosto de 1872 ✞ 11 de fevereiro de 1917)

Em 1899, depois de estudar microbiologia, em Paris, no Instituto Pasteur, ele volta ao Brasil decidido a combater uma série de doenças que matavam milhares de pessoas todos os anos. A situação naquela época estava cada vez mais complicada, inclusive na economia. Inclusive, muitos navios estrangeiros se recusavam a parar em nossos portos, isso depois que a tripulação do italiano Lombardia foi quase toda dizimada.

Foi então que Oswaldo iniciou sua luta, primeiramente exterminando os roedores nos portos de Santos e Rio de Janeiro, controlando assim o surto de peste bubônica, e espalhando sua fama.

Em 1900 fundou o Instituto Soroterápico Federal no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, que posteriormente foi renomeado para Instituto Oswaldo Cruz, respeitado internacionalmente.

Em 1903, assume o cargo de diretor geral de saúde pública com o desafio de acabar com outra epidemia, a da febre amarela. Descontente com os métodos tradicionais de saneamento, ele resolve viajar a Havana, capital de Cuba, para estudar como a cidade havia acabado com o surto da doença. Foi assim que descobriu que a doença era transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti.

Mosquito Aedes Aegypti

Após diminuir consideravelmente 0 número de infectados pela doença utilizando carroças pulverizadoras para limpar os focos de pernilongos, e isolando os doentes em cubículos, ainda faltava um desafio maior: vencer a varíola, cujo o único remédio era a vacina, considerada naquela época uma novidade para os brasileiros.

A repercussão sobre a ideia de uma vacina foi extremamente negativa entre a população, pois ninguém queria colocar dentro do próprio corpo o vírus da doença. Diante dessa situação, a fim de conter o número crescente de mortos, o Congresso aprova uma lei tornando obrigatória a vacinação.

A partir disso, as brigadas sanitárias começaram a entrar nas casas para vacinar as pessoas à força, o que acabou dando origem a Revolta da Vacina, um motim popular ocorrido entre 10 e 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Diante de uma intensa pressão popular, o então presidente Rodrigues Alves revoga a lei da vacina, que deixa de ser obrigatória. No entanto, quem quisesse trabalhar, estudar ou casar precisava se vacinar.

Com o tempo, o número de contaminados cai absurdamente, e assim as pessoas passam a procurar voluntariamente os postos de saúde. Pouco tempo depois, já não haveria mais nenhum caso de varíola. Então, em 1907, Oswaldo Cruz recebe na Alemanha o prêmio mais importante de higiene e saúde pública da época, competindo com mais de 120 concorrentes de todo o mundo, e foi reconhecido como gênio até mesmo pela imprensa, que antes o criticava.

Cuidados com a saúde em época de Coronavírus no Brasil

As principais recomendações de prevenção ao coronavírus estão fortemente ligadas a higiene e saneamento básico, algo relacionado também a data que comemoramos hoje. No entanto, lavar as mãos e o rosto com frequência, fazer uso de álcool em gel e praticar o distanciamento social, não estão ao alcance de muitos moradores de comunidades e periferias das cidades brasileiras, principalmente no quesito higienização.

Isso acontece pois em grande parte dos domicílios brasileiros, o abastecimento de água é intermitente, quando de fato ele existe. Infelizmente, essa situação deve ampliar a vulnerabilidade das pessoas que não têm acesso à água potável, à pandemia do coronavírus no Brasil.

Recentes pesquisas também constataram a presença do novo coronavírus nos esgotos, e em ao menos dois estados revelam deficiências do saneamento básico no país, onde atualmente pelo menos 48% das pessoas vivem sem tratamento de água adequado. No entanto, ainda não foi comprovado que exista a transmissão fecal-oral do novo coronavírus, sendo necessário um conjunto de pesquisas para se pensar como seria essa transmissão fecal-oral. Ainda assim, já existem pesquisas que mostram o vírus viável nas fezes.

Prevenção ao coronavírus

Postamos recentemente aqui no blog um artigo com algumas dicas de prevenção ao coronavírus para profissionais de saúde e pessoas em geral que trabalham nessa área. Caso não tenha visto ainda, convidamos você a conferir o post "Coronavírus na área da saúde: dicas de prevenção".

A prevenção deve acontecer a todo momento, e em todo lugar, independente de onde você viva ou exerça seu trabalho. Aqui vão mais algumas dicas:

  • Lavar as mãos frequentemente;
  • Usar o cotovelo para cobrir a tosse;
  • Evitar tocar o rosto;
  • Manter a distância essencial considerada segura;
  • Evitar ao máximo sair de casa, fazendo-o apenas quando realmente necessário.

Fonte: FioCruz - Fundação Oswaldo Cruz