Setembro verde: conheça as campanhas sobre saúde e inclusão social

O mês de setembro geralmente é lembrado pela campanha Setembro Amarelo, campanha esta que visa prevenir e conscientizar a população sobre o suicídio. Entretanto, além do Setembro Amarelo, não podemos deixar de lembrar do Setembro Verde, onde três campanhas são lembradas por uma mesma cor: inclusão das pessoas com deficiência, a importância sobre a doação de órgãos e prevenção ao câncer de intestino.

Existe um motivo para que o mês de setembro tenha sido escolhido para representar as três campanhas: no mês de setembro existem datas específicas que celebram cada um dos objetivos das campanhas. Confira um pouco mais sobre cada uma delas.

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Visibilidade à inclusão social da pessoa com deficiência

Uma das campanhas do Setembro Verde diz respeito às pessoas com deficiência. Setembro foi o mês escolhido pois, na data de 21 de setembro, comemora-se o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A data do dia 21 foi escolhida para coincidir com o Dia da Árvore, representando assim o nascimento das reivindicações de cidadania e participação em igualdade de condições.

A escolha da cor verde também tem um significado: o verde é símbolo de esperança, portanto, o intuito da campanha é não perder a esperança de que dias melhores virão para as pessoas com deficiência no que diz respeito à sua convivência na sociedade.

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi instituído por movimentos sociais em 1982, tendo como objetivo promover e debater a inclusão social. Já a campanha Setembro Verde, foi instituída em 2015 pela Federação das Apaes do Estado de São Paulo – FEAPAES-SP, em parceria com a Apae de Valinhos (SP). Ao criar a campanha, a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) iniciou um projeto que tem como objetivo tornar o mês de setembro referência na luta pelos direitos e inclusão social da pessoa com deficiência.

Também em 2015 foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

Art. 2º  Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência visa garantir direitos que vão desde o atendimento prioritário em estabelecimentos até o direito à participação na vida pública e política. O censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 estima que a deficiência mais recorrente é a visual (18,6%), seguida da motora (7%), auditiva (5,10%), e mental (1,40%).

Imagem por Freepik

Conscientização sobre doação de órgãos

O mês de setembro também é lembrado por ser o mês de conscientização e sensibilização à doação de órgãos e tecidos, pois no dia 27 deste mês, celebramos o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Autorizar a doação de órgãos é de extrema importância, pois um único indivíduo pode doar córneas, rins, fígado, coração, pulmão, pâncreas entre outros órgãos e tecidos.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, apesar da queda no número de transplantes devido à pandemia, o Brasil é o 2º país que mais transplanta órgãos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Apesar de estar no topo do ranking, ainda há um problema relacionado ao assunto: cerca de 43% das famílias brasileiras não autorizam a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica. Quando ocorre a morte encefálica, ou seja, a respiração do paciente se dá por meio de aparelhos, é neste momento que os médicos procuram a família para autorizar a doação de órgãos, mas nem sempre com sucesso.

Segundo a legislação brasileira, só é possível realizar a retirada dos órgãos mediante a autorização do cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo maior de idade, de primeiro ou segundo grau. Por isso é tão importante conscientizar a população sobre a importância dessa autorização. Também é importante frisar que um só doador pode salvar a vida de até 8 pessoas, e a fila de pessoas que aguardam por um transplante é gigante. No Brasil, já são mais de 40 mil pessoas na fila por um transplante.

Se você deseja salvar vidas doando seus órgãos, converse com seus familiares e explique a importância e o impacto que esse ato terá na vida de outras pessoas. Deixe claro seu desejo e se possível, não deixe que crenças equivocadas ou falta de conhecimento seja um obstáculo na hora de fazer o bem.

Prevenção ao câncer de intestino

Também conhecido como câncer colorretal, o câncer de intestino é o segundo maior causador de mortes por câncer no mundo, entretanto, pode ser prevenido e, quando descoberto ainda na fase inicial, é curável.

Com o intuito de informar a população sobre a importância de realizar ações preventivas contra a doença, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) criou o Setembro Verde, visando uma maneira mais eficaz de conscientização. Uma das formas de prevenir a doença, é a realização de colonoscopia a partir dos 50 anos de idade. Por meio deste exame, é possível identificar e retirar pequenas lesões benignas que podem se transformar em tumores, lesões essas chamadas de pólipos. Os principais fatores de risco relacionados ao câncer de intestino são:

  • Idade igual ou superior a 50 anos;
  • Ter histórico familiar ou pessoal de câncer de intestino, ovário, mama ou útero;
  • Estar acima do peso;
  • Ingestão de carne vermelha em excesso (mais de 500 gramas por semana);
  • Consumo excessivo de carnes processadas (salsicha, mortadela, presunto, bacon);
  • Fumar e/ou ingerir bebida alcoólica em excesso;
  • Alimentação pobre em vegetais e fontes de fibra.

Além do exame, é altamente recomendando incluir em sua alimentação uma quantidade maior de frutas, legumes e verduras, além de evitar certos tipos de alimentos (citados acima). A prática de atividades físicas também auxilia na prevenção à doença.