Assim como outros países da Europa, a Estônia fornece aos seus cidadãos políticas de saúde públicas pagas quase que completamente pelo estado, além das particulares, caso o paciente tenha preferência por essa opção. Com uma população de cerca de 1,3 milhões de habitantes e uma média de turistas anuais que supera a marca populacional (1,6 milhões), é necessário que o país esteja com infraestruturas bem preparadas para fornecer serviços de qualidade tanto a seus cidadãos quanto aos turistas.

O primeiro ponto relevante quanto a saúde na Estônia, é que hoje o processo é todo informatizado. Sendo assim, qualquer atendimento médico gera um prontuário eletrônico, tanto em atendimentos públicos quanto nos privados. O que facilita e agiliza o trabalho dos médicos, uma vez que todo o histórico do paciente se encontra em um só lugar.

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Quem tem direito a saúde pública na Estônia?

Independentemente da quantidade de impostos paga por cada cidadão, todos os abrangidos tem direitos iguais a saúde de qualidade, basta estar empregado ou ter o ID-card que seria sua identidade digital no país, sendo eles:

  • Pessoas com menos de 19 anos e estudantes;
  • Os que têm filhos de até 3 anos de idade ou mulheres grávidas;
  • Pessoas registradas no fundo desemprego;
  • Funcionários que ganhem até um salário mínimo mensal.

Para ter direito a um médico da família, é necessário ter um endereço fixo registrado. Caso você não se enquadre nessas categorias, terá de pagar um seguro privado e seus impostos, dos quais 13% são transferidos para o seguro saúde.

Caso você adoeça, é necessário avisar seu médico clínico geral, e caso seja necessário ele irá iniciar sua licença médica. Após a consulta, nos três primeiros dias, o estado não oferece nenhum benefício; do quarto dia ao oitavo, o empregador deve pagar pelo auxilio e daí em diante o estado irá cobrir em 70% do salário.

Quando se trata de um problema de saúde em proporção menor, você pode ir a uma farmácia, contatar seu médico, ou ainda, na Estônia, você tem a hotline 1220 que pode te passar instruções. Se for algo grave, existe a linha 112 para emergências, ou poderá ir direto à emergência de um hospital.

Sistema de saúde

O sistema estoniano pode ser dividido em três partes fundamentais: primeiros cuidados, atendimento de especialistas e de enfermagem.

Os primeiros cuidados são de responsabilidade do seu médico da família além de enfermeiras, que podem auxiliar nessa primeira etapa e decidir se é necessário encaminhar o paciente para a segunda etapa do atendimento médico. Os médicos da família por exemplo, junto com outros auxiliares podem monitorar o desenvolvimento de crianças, ajudar pessoas que vivem com condições crônicas, executar pequenos procedimentos cirúrgicos, administrar vacinas, fazer curativos, fazer ou remover pontos, fazer visitas domiciliares, dar orientações quanto a machucados e intoxicações, dar atestados para doenças ou trabalhos específicos (como paciente apto a dirigir ou a exercer função).

Quanto aos atendimentos passados aos especialistas e enfermeiros, primeiro vale destacar que alguns especialistas não necessitam de um encaminhamento, como por exemplo os dentistas, oftalmologistas, dermatologistas, ginecologistas e psiquiatras.

Aos que possuem cobertura do estado para saúde, podem escolher o especialista que desejam se consultar e então o paciente é posto numa lista de espera de acordo com a gravidade da sua situação. Se a pessoa estiver em um quadro grave, tanto o médico clínico geral como a família podem trabalhar para adiantar o atendimento do paciente.

O atendimento especializado pode ser divido em atendimento ambulatorial, atendimento diário (onde a paciente passa apenas o dia no hospital) e atendimento estacionário (onde o paciente fica pela noite e mais de um dia em internação se necessário).

E-Saúde e prescrições eletrônicas

Todos os profissionais de saúde precisam inserir as informações dos seus pacientes em um sistema de saúde eletrônico. Para isso o governo desenvolveu o portal eesti e o site digilugu. Neles os pacientes e cidadãos podem consultar os seus prontuários e informações de saúde, documentos médicos compilados por diferentes profissionais, designar representantes para diferentes funções ligadas à saúde, apresentar declarações de herança, verificar quem teve acesso às suas informações, ver quais prescrições já foram usadas, notificar as instituições médicas de atualizações em seu cadastro e adicionar lembretes de suas próximas consultas médicas.

O Seguro do Fundo de Saúde Estoniano (Estonian Health Insurance Fund - EHIF) processa todas as solicitações de medicamentos, sua fabricação e, juntamente com o ministério social, garante a distribuição dos medicamentos no país e descontos aplicados aos mesmos. Os medicamentos são divididos entre os que precisam de uma prescrição para serem comprados (que seriam antibióticos, tranquilizantes, betabloqueadores, etc.) e os que não necessitam, como os remédios para tosse, dor de cabeça, vitaminas, entre outros.

O EHIF normalmente reembolsa uma parte do valor da prescrição do paciente, sendo que os descontos podem variar de 50, 75, 90 ou 100%, onde o maior desconto geralmente fica restrito aos medicamentos de tratamentos de doenças crônicas ou graves. As prescrições também são em sua grande maioria emitidas digitalmente, ou seja, são prescrições eletrônicas.

Seguros de Saúde

A Estônia possui um sistema de saúde único nacional, que garante um serviço médico de qualidade para todos os seus cidadãos que pagam impostos. Deve-se lembrar que apesar do seguro de saúde nacional, os pacientes ainda têm, em sua maioria, que contribuir com taxas mínimas. Além disso, caso o paciente opte existem os seguros de saúde privados. Os planos de saúde privados possuem a vantagem de uma menor espera por atendimento.

Outros detalhes interessantes sobre a saúde na Estônia são referentes à saúde de crianças e recém nascidos: esses são acompanhados pelo médico da família e enfermeiras durante o primeiro ano de vida todos os meses. Nestas visitas o recém nascido é medido e pesado; dicas de nutrição, higiene, prevenção de acidentes e cuidados também são passadas aos pais.

Dos 6 aos 7 anos de idade a criança deve passar por um atendimento médico pré-escola, onde o médico irá avaliar a condição de saúde física e mental da criança antes que essa comece seus estudos. Dentro das características avaliadas nessa etapa estão a audição e visão da criança, além da habilidade de fala. Caso o médico detecte alguma anormalidade ele pode encaminhar a criança para médicos especialistas para realizar um diagnóstico mais preciso.

O EHIF paga pela saúde odontológica de crianças e adolescentes até sua maior idade, ou seja, até os 19 anos, sendo que os pais devem cuidar da higiene bucal de seu bebê mesmo antes de seus dentes nascerem. A primeira visita ao dentista pode acontecer quando os dentes de leite do bebê começarem a aparecer ou perto de um ano de idade.

O sistema de saúde estoniano também tem recomendações quanto a vacinação, programação de gravidez e o parto em si, e saúde mental.

Fontes:  Work In Estonia - Healthcare in Estonia 2020